quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Despedida


Queridos amigos e leitores, escrevo para me despedir.
Quando criei este blog, meu principal objetivo era divulgar o trabalho no consultório de Psicopedagogia. Mas a vida vai seguindo outros rumos... primeiro veio o mestrado, depois o doutorado, as postagens foram ficando escassas e os temas foram se voltando para a Educação de uma forma mais ampla, refletindo as questões que me preocupavam em cada momento.
E, como dizia Chico Buarque, eis que chega a roda-viva e carrega o destino para lá...
No momento, estou terminando o doutorado e acabei de tomar posse como docente no Colégio Pedro II. Estou muito feliz com as novas possibilidades de trabalho! Estrada que segue! Mas ficará sempre uma pontinha de saudade do consultório... Como o regime de trabalho é de dedicação exclusiva, encerrei minhas atividades por lá e, por isso, vou encerrando por aqui também. Quem sabe um outro dia não crio um outro blog... mas esse fica por aqui! Obrigado a todos que acompanharam, curtiram, comentaram.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Brasil nas Ruas e as Crianças

Diante de tudo o que está acontecendo no país, o que dizer às crianças?
Veja matéria que saiu na Revistapontocom, com depoimento meu e da professora Rita Ribes. Quem quiser pode contribuir também com sua opinião!
http://www.revistapontocom.org.br/destaques/o-brasil-nas-ruas

terça-feira, 19 de junho de 2012

Comentários Infelizes V

Essa é mais uma da série sobre comentários que fazemos sobre ou para crianças. Esse texto não é meu, foi compartilhado por uma amiga e o compartilho com vocês por se tratar de uma relfexão interessante sobre um "chavão" que já está naturalizado, que fazemos com freqüência, talvez inocentemente, quando nos referimos ao filho ou filha (na maioria das vezes) de um conhecido: Ela (ou ele) vai dar trabalho!
Embora  muitas vezes façamos esse comentário de forma inocente é importante refletirmos sobre o que estamos dizendo para ou sobre as crianças!
Saliento a erotização precoce das crianças presente não apenas nesse comentário, mas em tudo o que nos cerca... Outro dia fui comprar uma roupinha de bebê para um filho de uma amiga que acabara de nascer e tudo o que eu gostava (em termos de modelo, cor e desenhos) vinha acompanhado de frases do tipo "gatinha carioca" ou "solteiro carioca", em clara referência ao mundo adulto, bem no estilo, "vai dar trabalho"! Por isso compartilho o texto de Alceu Luís Castilho - deliciem-se!

Como é ter uma filha. Criá-la. Amá-la. E ouvir os disparates do resto dahumanidade



Outras postagens sobre comentários infelizes:
I - Sobre o cabelo
II - Passou de ano?
III - Encrenqueira
IV - Mãe, me passa o cor-de-pele?


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Férias Escolares

Elas estão de volta e precisamos promover atividades com as crianças!
A Veja Rio publicou uma série de sugestões interessantes (ainda que para a Veja o Rio de Janeiro se resuma à Zona Sul e um pouquinho do Centro e da Barra).
 Fiquei encantada com a colônia de férias organizada pelo Moleque Mateiro e Lagoa Aventuras. A proposta é de "férias na floresta", com atividades lúdicas, contato com a natureza, trilhas a cachoeiras e outros pontos da cidade, como a Pedra Bonita e o Morro da Urca. Até a alimentação (lanche mateiro) é pensado para a produção mínima de lixo. Vale conferir:

Outra ótima pedida é a colônia da Chave do Tamanho (saudades da época em que eu ia com as crianças ao Zoológico, Corcovado, Museu Aeroespacial e outros pontos da cidade durante essa colônia ...) A escola fica no Recreio dos Bandeirantes


Recomendo ainda a Colônia de Férias do Tear, na Tijuca - resgatando as brincadeiras de quintal!


Aqui na Ilha do Governador também não faltam boas opções, como a colônia organizada pela Casa de Cultura Elbe de Holanda que esse ano terá como tema uma homenagem aos 80 anos de Ziraldo e promoverá ao final uma apresentação de um espetáculo teatral com os participantes. (Informações: 2466 0661)

Há ainda a colônia da academia Ilha Point, organizada pelo professor Velasco. São muitas atividades esportivas e recreativas, jogos, banho de piscina e no último dia eles costumam promover uma ida ao cinema ou uma festa de encerramento. Meu filho participou durante vários anos e sempre gostou muito.  Esse ano, no entanto ele quer participar da colônia no Esporte Clube Cocotá, organizada pelo professor Marcio, que é seu professor de Educação Física da escola. (Informações: 3396-3304). Recomendo as duas!

Com tantas opções, precisaríamos de mais férias!!!! (e de bastante dinheiro também)
Além das  colônias há muitas coisas que podemos fazer com as crianças, inclusive em casa. Em dias chuvosos como hoje é ótimo ir para a cozinha e preparar receitas gostosas, assistir a um bom filme comendo pipoca, jogar novos jogos ou ressuscitar aqueles velhos brinquedos da estante, ler um livro ou improvisar uma peça de teatro!
Mais sobre férias escolares, aqui.


Mãos à obra! Boas férias para as crianças! Ótimo 2012 para todos!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O preconceito através de imagens

As imagens que circulam no nosso cotidiano - outdoors, televisão, revistas, jornais,internet, etc. estão impregnadas com nossa visão de mundo, nossos estereótipos e preconceitos. Ha algum tempo atrás iniciou-se a discussão sobre a invisibilidade de grupos, como os negros, por exemplo, que quase não eram representados nessas imagens, o que começou a mudar, ainda que de forma tímida. Mas como os negros são representados atualmente nessas imagens?
Outro dia, estava preparando uma dinâmica, para uma turma de oitavo ano, sobre mudança e transformação, uma vez que aproxima-se o final do Ensino Fundamental e o início do Ensino Médio. Para isso queria trabalhar com imagens, entre elas fotos de bebês, crianças, jovens e adultos, que retratassem o crescimento e o desenvolvimento humano. Tentei, no entanto, oferecer alguma diversidade nessas imagens, procurando não cair apenas nos padrões das pessoas brancas, limpas, loiras e felizes. Para meu espanto, foi preciso garimpar para encontrar.
Quando digito "bebês" no Google - façam a experiência - aparecem apenas bebês brancos. São os típicos "bebês johnsons". Depois da oitava página, quando os poucos bebes negros aparecem (apenas três em cerca de 25 páginas o que corresponde a quase 500 imagens), são ao lado de bebês ou pessoas brancas, evidenciando o contraste, como na foto de Anne Guedes, onde uma imensa mão branca segura um bebê negro com asas de anjo. Na página 23 aparece uma menina negra, em uma foto montada com uma arma de fogo! No blog onde a imagem foi publicada originalmente (aqui) fala-se de um novo esquema de organizações terroristas contra os Estados Unidos. Há ainda uma foto de bebês orientais, no colo de pais que estão vestidos de sumô. Para encontrar bebês negros é preciso digitar "bebês negros" e muitas são as fotos onde eles aparecem abraçados ou ao lado de um bebê branco, em fotos do tipo da campanha da marca Benetton que provocou polêmica anos atrás. Hoje parece que essas imagens tornaram-se comuns. Mas será que elas denunciam o preconceito como parecia ser a intenção inicial? Ou o reforçam? Porque quando pensamos em bebês as imagens que nos vem à cabeça (e nas primeiras páginas do Google) são as de bebês brancos e fofinhos e quando pensamos em bebês negros, aparecem as imagens de negros e brancos lado a lado, convivendo, ou, como em outras imagens encontradas, três ou quatro bebês de diferentes etnias?
A pesquisa de imagens provocou-me muitas reflexões e como se pode ver ainda estou nos bebês...
Mas os estereótipos estão também nas imagens de crianças, jovens, adultos e idosos. Estes últimos aparecem sempre sorrindo, em fotos de casais, de mãos dadas e, pasmem: de costas! Andando de costas. Indo embora? Não preciso mencionar que não encontrei idosos negros, orientais, índios, pobres ou obesos. Enfim, só queria dividir minhas reflexões sobre o tema, e pensar o quanto reforçamos esses estereótipos ao utilizar as mesmas imagens quando as selecionamos para trabalhar com as nossas crianças/adolescentes.




segunda-feira, 26 de julho de 2010

Brindes e lanchonetes


Sou contra a venda de alimentos vinculada à venda de brinquedos para crianças. Ou seria a venda de brinquedos vinculada à de alimentos? Qual é o brinde a final de contas? Mesmo considerando a criança um ser ativo, capaz de discernimento e não uma massa de modelar pela mídia, o apelo ao consumo, principalmente das grandes redes de fast-food é muito grande e sedutor. A venda casada incentiva o consumo de alimentos gordurosos, com excesso de sódio e nada nutritivos. O Instituto Alana luta pela conscientização sobre os abusos do marketing dirigido ao público infantil. A venda casada está proibida (as lanchonetes devem possibilitar a aquisição dos brinquedos independente da compra do alimento). Os brinquedos são geralmente personagens de filmes exibidos no momento, ou de programas de televisão assistidos pelas crianças. As crianças brincam um pouco com os bonecos que às vezes falam uma ou duas frases, ou realizam algum movimento, anseiam por completar sua coleção e logo os esquecem para dar início a uma nova série de bonecos.
Esses dias, aproveitando as férias com meu filho, fiquei positivamente impressionada com os brindes da rede Giraffas. São três jogos de tabuleiro. Adquiri dois deles, ambos muito interessantes. O primeiro tem como objetivo completar uma fileira de quatro fichas da mesma cor, seja na horizontal, vertical ou diagonal, mas só é permitido colocar a ficha na primeira fileira ou nas fileiras de cima, a cima de uma ficha na fileira anterior. Assim como outros jogos de estratégia, é preciso concentrar-se tanto na defesa, quanto no ataque. O segundo constitui 4 tabuleiros com círculos interligados, alguns dos quais são vazados. Os tabuleiros devem ficar sobrepostos. O objetivo do jogo é "salvar" suas peças levando-as aos círculos vazados, quando todos eles estiverem ocupados, suspende-se o primeiro tabuleiro e passa-se a jogar no segundo, apenas com as peças que se salvaram, e assim por diante, até o quarto que só possui um círculo vazado.
Os jogos são muito importantes para o desenvolvimento das crianças. Jogando a criança percebe noções espaciais, temporais, faz correspondências, seriações, inclusões, além de desenvolver a moral, na medida em que tem que lidar com um grande número de regras e tem que interagir com o outro, perder, ganhar, esperar, etc.
Quando crianças ganham um "brinde" assim, geralmente solicitam a mediação de um adulto - Lê pra mim? (no caso de crianças não leitoras) Me ensina? Joga comigo? Isso é positivo e jogar com as crianças pode ser muito divertido.
Se as lanchonetes e restaurantes vão vender brinquedos, que sejam pelo menos interessantes!