sábado, 8 de maio de 2010

Comentários Infelizes IV - mãe, me passa o cor de pele?



Outro dia levei um susto quando fazia o dever de casa com meu filho e ele chamou o lápis cor-de-rosa bem clarinho de cor de pele! Respondi que existiam infinitas cores de pele e que, mesmo entre o limitado número de cores do seu estojo havia diferentes possibilidades, como o beige, o marrom, o amarelo ou o preto.
Não sei se ele aprendeu a chamar a cor assim pela professora ou algum amigo da escola, não importa. O fato é que por trás de um aparente inofensivo nome de lápis de cor está uma visão eurocêntrica onde o padrão ainda é o homem branco, de olhos claros, cabelos loiros e lisos, nariz fino, etc.
Quando vamos desnaturalizar o preconceito que está enraizado profundamente na nossa sociedade? No nosso cotidiano, nas coisas simples, na escola, na pracinha, na televisão? As diferenças ainda são negadas e negros e índios invisibilizados. Como fica uma criança negra que na escola aprende que o lápis “cor de pele” é o rosa claro? Ela não se vê ali incluída, representada.
As discussões sobre multiculturalismo e educação intercultural têm avançado nesse sentido. A esse respeito ver os trabalhos do Gecec – grupo de estudos sobre cotidiano, educação e cultura(s).


Veja aqui:
Comentários Infelizes I
Comentários Infelizes II
Comentários Infelizes III

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